De acordo com a IEA, a nossa demanda total de energia primária dobrou desde 1990, cuja causa foi o forte crescimento no consumo de eletricidade e a demanda por combustíveis para transporte, devido ao crescimento econômico robusto e à crescente classe média.
O órgão avalia que a expansão contínua da energia hidrelétrica é cada vez mais limitada pelo afastamento e sensibilidade ambiental de uma grande parte do recurso restante. Nossa dependência de outras fontes de geração de energia cresce, entre elas destaca-se o gás natural, o vento e a bioenergia. Além disso, as descobertas de petróleo e gás offshore confirmaram o status do Brasil como uma das principais províncias de petróleo e gás do mundo. As descobertas do “pré-sal” também geraram mudança na regulação do upstream.
A produção dos campos do pré-sal em águas profundas na bacia de Santos ganhou considerável impulso nos últimos anos, compensando a queda na produção de campos maduros em outros lugares. Graças a esses desenvolvimentos bem-sucedidos na produção em águas profundas, o Brasil está se transformando em um exportador líquido de petróleo. Segundo as previsões da AIE, as exportações líquidas de petróleo ultrapassarão a marca de 1 milhão de barris / dia até 2022.
O World Energy Outlook, publicação carro-chefe da IEA, que oferece uma visão abrangente de como o sistema global de energia pode se desenvolver nas próximas décadas, informa que as circunstâncias excepcionais deste ano exigem uma abordagem excepcional.
O relatório World Energy Outlook mostra que os efeitos imediatos da pandemia no sistema de energia são de quedas esperadas em 2020 de 5% na demanda global de energia, 7% nas emissões de CO2 relacionadas à energia e 18% no investimento em energia. Há previsão de que o consumo de petróleo sofra recuo de 8% em 2020 e o uso de carvão 7%. As energias renováveis, especialmente as do setor de energia, são menos afetadas do que outros combustíveis pela pandemia e suas consequências.
A pandemia deverá estar sob controle em 2021. Nesse cenário, o PIB global também retorna aos níveis pré-crise em 2021, e a demanda global de energia no início de 2023, contudo os resultados variam de acordo com o combustível. As energias renováveis atenderão a 90% do forte crescimento na demanda global de eletricidade nas próximas duas décadas, liderado pelos altos níveis contínuos de implantação de energia solar fotovoltaica, mas o uso global de carvão nunca voltará aos níveis anteriores. Em 2040, a participação do carvão na demanda global de energia cai para menos de 20% pela primeira vez na história da energia moderna.